
Foi pena, pois esses 30 mil, entre os quais penitentemente me incluo, acabaram certamente arrependidos pela sua ausência ante um espectáculo que ficará para a história do futebol luso. Portugal cilindrou a campeã europeia e mundial, realizando a sua mais espantosa exibição dos últimos ano, e pincelando-a com momentos de arte só ao nível dos grandes intérpretes. Nem nos seus melhores sonhos Paulo Bento imaginaria coisa igual.
Não fosse a gula de Nani, e a desatenção de um fiscal-de-linha, e o resultado ainda podia ter sido mais amplo, não deixando de espelhar na perfeição aquilo que se viu no relvado, onde onze portugueses endiabrados fizeram gato-sapato da um conjunto espanhol a passear em cima da cadeira da sua consagração internacional.
A aposta no ex-técnico do Sporting está a ser um êxito total. Não esperava outra coisa de alguém que fez milagres com plantéis eivados de mediocridade, e agora tem à sua disposição grandes estrelas do futebol mundial. Bastou escolher os melhores, e, sem inventar, colocá-los nas suas posições. Até parece simples, mas não é para todos. A alegria desta selecção é incomparável com a equipa tristonha de Carlos Queiroz, sendo interessante observar que seis dos titulares desta noite nem sequer estiveram na África do Sul.

A produzir um futebol deste quilate, a equipa das quinas voltará rapidamente a aquecer o país, regressando às boas memórias de um passado recente que nos levou a uma final de um Europeu, e a umas meias-finais de um Mundial. As contas do Euro 2012 ainda estão complicadas, mas esta exibição escancara as portas da esperança.
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