
O Benfica é campeão. É um justíssimo campeão, a quem só o fanatismo mais radical poderá retirar mérito.
É campeão porque tem a melhor equipa, tem os melhores jogadores, tem o melhor treinador, jogou o melhor futebol, marcou mais golos, venceu mais jogos, fez mais pontos e até conseguiu vencer o duelo dos goleadores. Não há um único aspecto futebolístico neste campeonato em que o Benfica não se tenha superiorizado a todos os adversários. E fê-lo quase sempre de forma clara e inequívoca.
Só a surpreendente carreira do Sp.Braga evitou que esta competição cedo se tivesse tornado um passeio benfiquista. A qualidade do futebol e a consistência revelada pelo conjunto de Jesus (15 vitórias nos últimos 17 jogos) justificavam uma consagração menos sofrida, mas o futebol vive também das suas circunstâncias, e este fortíssimo Braga surgiu (para sua própria infelicidade) precisamente nesta época, e não numa das anteriores, nas quais, com os pontos agora obtidos, teria conquistado o título.
Temia este último jogo, e disse-o aqui. Surpreenderam-me portanto algumas manifestações de festa antecipada com que deparei à chegada ao estádio, onde percebi que a família benfiquista estava com a confiança em alta. Foram essas manifestações de confiança que contribuíram para aliviar a minha tensão. O golo de Cardozo logo aos dois minutos, seguido da expulsão de Wires, representaram o golpe quase definitivo na ansiedade – na minha e, seguramente, na dos jogadores.
Só na segunda parte, com o inesperado golo vilacondense, o nervosismo voltou. Contudo, novo golo de Cardozo, garantindo-lhe a “Bola de Prata”, devolveu de pronto a festa à Luz. O dia era mesmo do Benfica, que não precisou de uma grande exibição para escrever uma das mais belas páginas da sua história recente.
No fim foi o que se viu, mas sobretudo o que se sentiu. E isso, caros leitores, eu não consigo descrever. Mas muitos de vós sabem bem do que se trata.

Mas, enfim, tudo está terminado, e terminado em bem. Deixemos para trás as menoridades. Pensemos no futuro.
O desafio para a próxima época é enorme. Para além presença na Liga dos Campeões, o Benfica tem pela frente a responsabilidade de alimentar o novo ciclo que acredito ter agora iniciado. Só ganhando mais campeonatos poderá cumprir o verdadeiro objectivo que persegue: recuperar a hegemonia no futebol português. Por isso, o próximo campeonato será ainda mais importante que este. Por isso, a gestão deste defeso terá de ser extremamente cuidadosa.
Para já, ainda é hora de continuar a festejar.
Viva o Benfica !
PS: O Benfica sagrar-se campeão nacional já seria motivo de sobra para um estado de euforia total. Juntar a isso a subida de divisão do Juventude de Évora, consumada no mesmo dia (vencendo o Farense no Estádio do Algarve), é algo de absolutamente extraordinário, e que dificilmente se irá repetir na minha vida.
Deixo uma foto da equipa eborense, em homenagem aos jogadores que materializaram este sucesso.

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