
Numa bonita tarde de festa, o Benfica voltou à casa para se mostrar aos mais de 40 mil adeptos que, cheios de saudades, lá se deslocaram.
O tipo de sentimentos vividos neste jogo de apresentação não podiam contrastar mais com os da última vez que se tinha jogado naquele estádio. Então, com o Rio Ave, estava em causa o título nacional, e a ansiedade vivida à entrada só teve paralelo na euforia da saída. Agora, a tranquilidade quase sonolenta convidou a uma atitude contemplativa que deixa pouca margem para análises muito elaboradas ao futebol que se praticou. As camisolas são bonitas, o novo relvado parece excelente, a tarde foi bem passada, e, quanto ao resto, pouco há a dizer.
Roberto era uma das atracções do dia, e apesar de todo o apoio que lhe foi dispensado pelos adeptos (exemplares na protecção ao jogador), não só não teve oportunidade para brilhar, como acabou por ficar mal na fotografia do primeiro golo francês. Não se tratou de um “frango” - num jogo como este o lance até passaria despercebido, não fosse o peso dos erros nas partidas anteriores -, mas esperar-se-ia outro tipo de intervenção de alguém que veio para fazer a diferença. Custa-me falar dele, embora mantenha a esperança de que o meu cepticismo venha a ser desmentido. Por enquanto, o que mais me tranquiliza neste caso são dois nomes: Moreira e Júlio César.
Outro caso, mas de sentido diametralmente oposto, é o de Óscar Cardozo. Entrara havia apenas um minuto, e, mesmo ainda a ritmo de férias, ao primeiro toque na bola deu a vitória aos encarnados. É verdade que foi dos mais aplaudidos no estádio, mas não se entende como muita gente continua a desconfiar das suas capacidades, depois de 90 golos marcados em três anos. Como José Torres, Gerd Muller, Ian Rush ou Mário Jardel, Takuara não é avançado de dribles, nem de verónicas ou chicuelinas. É avançado de golos. E já mostrou ao que vem.
Quem não pôde mostrar-se foi o reforço Franco Jara. Quanto a Gaitán, embora tenha voltado a revelar bom toque de bola, esteve bastantes furos abaixo do que, pela televisão, já se lhe vira fazer nesta pré-temporada. Fábio Faria jogou apenas uns minutos.
Outras notas de destaque vão para a luta pelo lugar de pivot defensivo, que parece estar a ser ganha por Airton. Javi Garcia tem estado infeliz (já a sua ponta final da época passada não fora brilhante), e o brasileiro apresenta-se como uma hipótese bastante credível para a titularidade. Ruben Amorim também não esteve muito inspirado (o que é natural para quem vem de lesão, e viu as férias interrompidas pelo Mundial), ao passo que a dupla Aimar-Saviola já nos vai regalando os olhos, indiciando mais uma grande temporada. Fábio Coentrão foi o mais aplaudido, como, diga-se, bem merece; enquanto Mantorras foi assobiado por muita gente, como infelizmente também fez por merecer nos últimos tempos.
No fim, vitória do Benfica por 3-2, e a esperança de que o andamento do mercado permita manter uma equipa que tanta alegria deu aos seus adeptos.
PS: Já o texto estava publicado, e reparei que este era o post nº 2000 do VEDETA DA BOLA. É um número redondo, bonito, e que, sinceramente, em Março de 2006 não me passava pela cabeça vir a alcançar. Estão de parabéns, sobretudo, os leitores, pois foram eles (vocês) que trouxeram este espaço até aqui.
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