
Em termos de resultados, as duas pré-épocas poderão até vir a equivaler-se, caso os encarnados arrebatem também o Torneio do Guadiana e a Eusébio Cup. Já quanto ao futebol jogado, a exuberância exibicional de há um ano atrás não tem estado presente, em larga medida devido às contingências do Mundial – jogadores a chegar a conta-gotas, estados de forma distintos, e dificuldade em apresentar a melhor equipa. Sente-se o suave perfume da temporada passada, nomeadamente quando Aimar (a prometer uma época em grande) e Saviola pegam no jogo, mas a fluidez colectiva do futebol benfiquista não tem sido, nem poderia ser, aquela que valeu o 32º título nacional.
O grande caso do Benfica é, por estes dias, o guarda-redes Roberto, e há que dizer que, sem a sua presença na baliza, os motivos de interesse do jogo de Albufeira diminuíram fortemente. Júlio César e Moreira não tiveram qualquer trabalho ao longo dos noventa minutos, mas o zero registado nas redes encarnadas não deixa de ser irónico, sobretudo porque, se descontarmos o jogo com os amadores do Monthey, foi a primeira vez que aconteceu nesta pré-época – justamente na primeira ocasião em que o espanhol não foi utilizado.

Fábio Coentrão e Cardozo voltaram a ser decisivos. Um a cruzar, outro a marcar, tal como havia acontecido frente ao Mónaco, e tal como se espera vir a acontecer muitas vezes ao longo da temporada, caso ambos permaneçam no plantel.
A propósito de Coentrão, e conhecendo um pouco melhor as características de Gaitán, terei de rever aquilo que escrevi há uns dias atrás, quando considerei o lateral como um dos jogadores cuja saída menos penalizaria o colectivo benfiquista, se é que se pode dizer tal coisa de algum dos titulares da equipa campeã nacional. Na verdade, tenho reparado que o argentino, embora detentor de boa técnica, não verticaliza o jogo da mesma forma que Di Maria o fazia. É uma espécie de Di Maria, sim, mas de 2007-08, ainda à procura do seu espaço no futebol europeu. Pode perfeitamente ser titular, mas necessita de um apoio incisivo na hora de buscar os desequilíbrios. Esse apoio só pode vir de Fábio Coentrão, que se torna assim uma peça indispensável a este Benfica. E nem me espantaria que o vilacondense acabasse por voltar (pontual, ou mesmo, definitivamente) ao seu lugar de origem, onde - ele sim - poderia tornar-se o substituto natural do agora jogador do Real Madrid.
Da partida com o Sunderland fica ainda a confirmação do bom momento de Carlos Martins, e a ligeira subida de rendimento de Javi Garcia e Sidnei. Já David Luíz, em dia de convocatória para a selecção brasileira, voltou a exibir a sua classe, alicerçada também numa tremenda auto-confiança.
Na sexta-feira, novo teste. Será a vez dos holandeses do Feyenoord.
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