
O Benfica joga em casa e o estádio vai estar cheio de fervor clubista; está isolado em primeiro lugar; tem melhor equipa, melhores jogadores e melhor treinador; está mais motivado; criou uma dinâmica de vitória que parece imparável; tem o ritmo de duas semanas muito intensas; se Saviola recuperar, joga na sua máxima força. Tudo parece compor-se para uma estrondosa vitória, e para o desbravar de grande parte do caminho do título. Nenhum adepto do Benfica duvida do triunfo, e suponho que, lá bem fundo, nem os do Sp.Braga prevejam outra coisa. Paradoxalmente, é tudo isto que me preocupa.
Sempre olhei de lado os combates de qualquer David contra qualquer Golias. Há muitos exemplos na história do futebol, desde o célebre “Maracanazzo” até à final do Euro 2004, de favoritos derrotados em casa de forma dramática. Creio que o triunfalismo é o principal inimigo dos campeões, e neste caso particular estou a ver a família benfiquista demasiado tomada por ele – na verdade, nem eu próprio tenho conseguido resistir-lhe…
Acredito nos jogadores do Benfica, acredito em Jorge Jesus, e espero que não se deixem adormecer por esta espécie de demência colectiva, em que nenhum adepto, ou mesmo comentador (até de quadrantes adversários), parece admitir sequer a mais remota hipótese do Benfica não vir a ser campeão este ano.
Com uma vitória sobre o Sp.Braga (sobretudo se consumada por mais de dois golos de diferença), aceito que seja lícito pensar-se que o título fique ao virar da esquina. Mas para tal é necessário vencer o Sp.Braga, que em todo o campeonato só perdeu dois jogos – e, se descontarmos a atípica partida do Dragão, apenas sofreu mais nove golos nos restantes 22 jogos. É preciso não esquecer também que, saindo derrotado deste jogo, mesmo com toda a beleza do seu futebol, mesmo com toda a qualidade da sua equipa, mesmo com todo o entusiasmo dos seus adeptos, mesmo com todo o seu peso social, o Benfica veria fugir-lhe, já amanhã, a liderança, e ficaria dependente de terceiros (neste caso do Sp.Braga) para poder ser campeão. Olhando para o calendário das últimas jornadas, é caso para susto.
Favoritismo sim, vitória antecipada, nem pouco mais ou menos. Este é um jogo tremendamente difícil, que deve ser encarado como uma final, ou mesmo como a final. Ganhando-a, o Benfica ficará perto do título. Não a ganhando, ficará mais longe do que, por agora, possa parecer.Creio também que os adeptos que vão encher as bancadas irão ter um papel particularmente importante no desfecho da partida. Por muito que tentem aliviar a pressão, os jogadores do Sp.Braga (ao contrário de FC Porto, Sporting ou grandes equipas europeias) não estão habituados a estes momentos, nem têm, na sua maioria, a experiência de jogar com 65 mil pessoas contra eles. Não querendo ser confundido com um qualquer Salema Garção, não propondo, nem aceitando, qualquer tipo de violência, devo dizer contudo que um clima de grande pressão (falo sobretudo de barulho) vindo das bancadas pode, nesta ocasião em particular, revelar-se decisivo.Mesmo que o jogo não esteja a correr bem, é imprescindível que o apoio seja incessante até ao último minuto dos descontos. Uma falha, ou até um golo sofrido, não podem fazer calar o Inferno da Luz, que tem aqui, porventura, a sua mais importante tarefa dos últimos anos.
É também indispensável que, dentro do relvado, a equipa entre com total agressividade e sentido ofensivo. Os primeiros minutos serão extremamente importantes, e poderão atemorizar (ou até atarantar) o Sp.Braga. Há que explorar a ansiedade de uma equipa pouco tarimbada em jogos decisivos, e uma entrada de grande afirmação benfiquista pode descontrolá-la definitivamente, fazendo-a sentir que não é destas lides – como, de certa forma, aconteceu no Estádio do Dragão.
Se o Benfica marcar primeiro, terá metade do caminho percorrido. Um grande Benfica, um Benfica ao seu melhor nível, contando com um ambiente infernal em seu redor, vencerá seguramente a partida. É preciso que o espírito seja esse, o qual não permite qualquer espécie de triunfalismo.
Este é o jogo que vai ajudar a escrever a história do campeonato, e o Benfica tem de o ganhar. Com confiança mas sem triunfalismo, com humildade mas sem temor. Com fúria de vencer, e com a chama imensa do benfiquismo.
A festa fica para depois.
Sempre olhei de lado os combates de qualquer David contra qualquer Golias. Há muitos exemplos na história do futebol, desde o célebre “Maracanazzo” até à final do Euro 2004, de favoritos derrotados em casa de forma dramática. Creio que o triunfalismo é o principal inimigo dos campeões, e neste caso particular estou a ver a família benfiquista demasiado tomada por ele – na verdade, nem eu próprio tenho conseguido resistir-lhe…
Acredito nos jogadores do Benfica, acredito em Jorge Jesus, e espero que não se deixem adormecer por esta espécie de demência colectiva, em que nenhum adepto, ou mesmo comentador (até de quadrantes adversários), parece admitir sequer a mais remota hipótese do Benfica não vir a ser campeão este ano.
Com uma vitória sobre o Sp.Braga (sobretudo se consumada por mais de dois golos de diferença), aceito que seja lícito pensar-se que o título fique ao virar da esquina. Mas para tal é necessário vencer o Sp.Braga, que em todo o campeonato só perdeu dois jogos – e, se descontarmos a atípica partida do Dragão, apenas sofreu mais nove golos nos restantes 22 jogos. É preciso não esquecer também que, saindo derrotado deste jogo, mesmo com toda a beleza do seu futebol, mesmo com toda a qualidade da sua equipa, mesmo com todo o entusiasmo dos seus adeptos, mesmo com todo o seu peso social, o Benfica veria fugir-lhe, já amanhã, a liderança, e ficaria dependente de terceiros (neste caso do Sp.Braga) para poder ser campeão. Olhando para o calendário das últimas jornadas, é caso para susto.

É também indispensável que, dentro do relvado, a equipa entre com total agressividade e sentido ofensivo. Os primeiros minutos serão extremamente importantes, e poderão atemorizar (ou até atarantar) o Sp.Braga. Há que explorar a ansiedade de uma equipa pouco tarimbada em jogos decisivos, e uma entrada de grande afirmação benfiquista pode descontrolá-la definitivamente, fazendo-a sentir que não é destas lides – como, de certa forma, aconteceu no Estádio do Dragão.

Este é o jogo que vai ajudar a escrever a história do campeonato, e o Benfica tem de o ganhar. Com confiança mas sem triunfalismo, com humildade mas sem temor. Com fúria de vencer, e com a chama imensa do benfiquismo.
A festa fica para depois.
Equipas prováveis:
BENFICA - Quim, Maxi Pereira, Luisão, David Luíz, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Ramires, Aimar, Di Maria, Saviola e Cardozo.
SP.BRAGA - Eduardo, Filipe Oliveira, Moisés, Rodriguez, Evaldo, Andrés Madrid, Hugo Viana, Mossoró, Alan, Meyong e Paulo César.
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