
Desta vez, contudo, a forma como o Benfica abordou o jogo não deixou veleidades ao seu adversário. Não esperou pelos acasos da sorte, como em Olhão, nem tirou o pé quando se viu em vantagem, como em Setúbal. Uma e outra coisa só se poderiam evitar com frescura física, e nesse plano a equipa de Jesus, embora de vermelho vestida, assemelhou-se mesmo a uma luzidia alface.
Quando Lucílio Baptista apitou para intervalo, já o Benfica ganhava por 0-2, embora o marcador apenas assinalasse 0-1. Di Maria tinha já aberto o livro onde se lia uma das melhores exibições da sua carreira (pincelada com quatro golos, sim, quatro!), e do qual ainda nos daria a conhecer mais algumas páginas até final da partida.
Se não é Di Maria é Saviola, se não é Saviola é Aimar, se não é Aimar é Ramires, Cardozo ou outro qualquer. As soluções de classe deste Benfica são muitas e dão para todas as ocasiões. A segunda parte foi um festival ofensivo dos encarnados, perante um Leixões completamente rendido à força das circunstâncias. Em vantagem no marcador, a jogar como gosta, este Benfica é de facto imparável, e a sensação que fica nalgumas das suas goleadas (por exemplo nesta, por exemplo frente ao Hertha) é a de que, forçando um pouco mais, duplicaria os números, enxovalhando os seus adversários com resultados históricos.

Faltam nove finais, das quais as primeiras sete são fundamentais. É imprescindível chegar ao Estádio do Dragão com, pelo menos, quatro pontos de vantagem para o segundo classificado, e ele (Sp.Braga) neste momento está apenas a um. Sete vitórias nestes sete jogos (quatro em casa, três fora), permitem assegurar essa vantagem, e são carimbo de segurança para o título.
O destaque individual vai todo, naturalmente, para Angelito, que dificilmente permanecerá no futebol português para além do próximo Verão. Mas também Airton deixou uma excelente primeira impressão, prometendo ser alternativa credível a Javi Garcia. Carlos Martins entrou muito bem no jogo, confirmando o seu bom momento. Cardozo foi infeliz, acabando por ficar em branco num jogo em que, com melhor sorte, poderia, também ele, ter feito um hat-trick.
Lucílio foi traído pelo seu auxiliar. À excepção do lance do golo mal anulado, esteve bem.
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