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GALO

Written By irvan hidayat on Jumat, 12 Maret 2010 | 03.05

Tinha aqui pedido que a sorte acompanhasse o Benfica neste jogo. Achava-a, mais do que nunca, imprescindível, num contexto em que não era de esperar uma grande noite de gala por parte dos encarnados. Não fui ouvido.
As coisas até pareciam estar a correr bem. Uma exibição quanto baste, o pé de Maxi a fazer de mão de Vata, e uma vitória que, mesmo tangencial, escancarava as portas da qualificação. Mas, ao minuto noventa, aquele maldito golo tudo complicou, deitando para o lixo a vitória, a vantagem e uma parte significativa das esperanças de qualificação.
Se há coisa que eu custo a suportar no futebol são precisamente os golos nos últimos minutos. Representam a manifestação suprema da crueldade que o desporto-rei é capaz de nos impor. Constituem um murro no estômago, um golpe traiçoeiro, uma chaga profunda que leva o adepto a questionar-se sobre os porquês de estar ali em sofrimento, e em agonia. Confesso que não aguentei os dois minutos de compensação, e ao ver a bola entrar na baliza de Júlio César, levantei-me do meu lugar e, sem dizer palavra, saí de imediato, maldizendo a força da minha paixão.
Foi cruel, mas não se pode dizer que tenha sido injusto. O Marselha confirmou as melhores (piores) expectativas, mostrando tratar-se efectivamente de uma equipa de primeira linha do futebol europeu. Para além das individualidades que também tem, nunca perdeu a sua rigorosa organização táctica (ou não fosse Deschamps um filho do "Calcio"), e impressionou pela robustez atlética, sendo capaz de manietar o futebol encarnado durante grande parte do tempo de jogo, não dando espaços nem tempo para os artistas da Luz pensarem e executarem a preceito. Criou oportunidades claras de golo (pelo menos tantas como as do Benfica), e se saísse derrotada de Lisboa teria bastos motivos para se queixar da má fortuna.
Percebo pouco de futebol. Tão pouco como muitas das pessoas que escrevem sobre ele, mas muito menos do que qualquer treinador mediano. Não consigo por isso entender a gestão do plantel que Jorge Jesus diz fazer, lembrando ao mesmo tempo, e bem, que o Campeonato é a principal prioridade. Não sei em que condições se irá apresentar esta equipa na Madeira dentro de algumas horas, mas não posso deixar de manifestar a minha grande apreensão. Talvez a gestão do plantel passe “apenas” pela forma mais lenta e passiva com que os jogadores abordaram esta partida, pelo menos na sua fase inicial. Não sei se sim nem se não, mas no meu entendimento de leigo, preferia ter visto em campo um onze à base de segundas linhas (se é que se pode chamar tal coisa a Ruben Amorim, Carlos Martins etc), mas fortemente decidido a comer a relva até ao último apito do árbitro.
Para além dos méritos já devidamente atribuídos ao conjunto francês, só Jesus e os jogadores saberão os verdadeiros motivos de uma primeira parte tão pouco conseguida. Gestão de esforço ou não, a verdade é que o Benfica demorou a encontrar-se, e só na última meia-hora de jogo atingiu o nível habitual nesta temporada. Paradoxalmente, talvez aqueles minutos finais, com a preciosa vantagem de 1-0 no marcador, devessem ter sido conduzidos a um ritmo mais baixo. Talvez Fábio Coentrão não devesse ter entrado. Talvez Ruben Amorim ajudasse a segurar o meio-campo, e a pôr o gelo que aquele copo estava a pedir com avidez. Sabe-se todavia que não é essa a filosofia deste Benfica, cujo código genético remete para a busca constante do golo. E também é verdade que um eventual 2-0 quase fechava as contas da eliminatória. Foi na fronteira entre estes dois mundos que o Benfica sofreu o golo penalizador. No futebol, como na vida, nem sempre a sorte protege os audazes.
A eliminatória não está perdida. Mas é óbvio que, com este resultado, o favoritismo instalou-se claramente do lado de lá. Não sei também se, à luz da luta pelo título nacional, será assim tão mau para o Benfica ficar pelo caminho na competição. O sonho de uma final europeia seria o céu, mas cá na terra não ser campeão seria trágico. No futebol, como na vida, quem tudo quer, tudo perde.
Queiramos com todas as forças o título nacional. O resto se verá.
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