
A vitória tangencial acaba por deixar um ligeiro travo a frustração, pois com mais um golito, uma das meias-finais seria provavelmente disputada na Luz. Se o bom é inimigo do óptimo, também é verdade que o óptimo não se concretizou apenas porque Cosme Machado não o permitiu. O árbitro bracarense mostrou cobardia, deixando-se influenciar pela sórdida campanha em redor das arbitragens dos jogos do Benfica, escrevendo a sua assinatura no resultado final ao subtrair um penálti claro a favor dos encarnados, assinalando um outro, inexistente, em benefício do Rio Ave. Um eventual resultado de 0-3, que garantia ao Benfica todos os seus objectivos, ficou assim limitado a um simples 1-2, que lhe dificultou o apuramento, e pode obriga-lo a ter de vencer em Alvalade ou no Dragão para chegar à final da prova.
Além das causas e consequências de tão magra vitória, diga-se que a exibição do Benfica justificava muito mais. Sobretudo ao longo da segunda parte, o Benfica chegou a ser brilhante, bem ao nível de algumas das suas melhores actuações nesta temporada, e até superior à que havia efectuado naquele mesmo estádio para o campeonato. Com Di Maria, Cardozo e Carlos Martins em excelente plano, o futebol encarnado asfixiou por completo o Rio Ave, não lhe permitindo mais do que um ou outro fogacho ofensivo, e causando, por outro lado, desequilíbrios sucessivos na sua zona defensiva, que só por infelicidade não resultaram em mais golos. A mais clara oportunidade de entre as desperdiçadas pelos homens de Jesus foi o duplo remate ao poste do estreante Alan Kardec, já dentro dos últimos dez minutos da partida. O jovem brasileiro deixou um ou outro bom pormenor, acabando por ser infeliz num lance que poderia ter constituído um importante bálsamo para a sua mais rápida integração.

Do árbitro já ficou tudo dito, mas se lhe chamar cobarde novamente também não se perde nada.
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