
Com uma entrada em campo de rompante, aos oito minutos de jogo já os encarnados venciam por 2-0, tendo ainda visto o árbitro anular um golo por fora-de-jogo de Saviola. E até à meia-hora, a perfeição do futebol praticado pelo conjunto de Jorge Jesus fez lembrar alguns dos melhores momentos da temporada passada, quando muitos adversários tremiam só de pisar o relvado da Luz.
Foi, de resto, este mesmo adversário que o Benfica teve pela frente no dia da sua consagração como campeão de 2009-2010. Então, como agora, uma atitude bastante afirmativa desde os instantes iniciais retirou quaisquer veleidades aos vila-condenses, desenhando muito cedo o destino do jogo.
Na ponta final da primeira parte o Benfica afrouxou ligeiramente o seu ritmo, permitindo ao Rio Ave chegar ao golo. Entre a possibilidade de ver o jogo resolvido ao intervalo, e a eventualidade de ter uma segunda parte de sofrimento pela frente, esse golo de João Tomás (depois de muitos anos, novamente a bisar na Luz) deixou um certo sabor a frustração na saída para os balneários.
Mas não foi preciso esperar muito mais tempo para se perceber que a tarde seria mesmo pintada de vermelho vivo. Após uma bela iniciativa de Salvio, o seu compatriota Saviola voltou a marcar, bisando na partida, e devolvendo a tranquilidade às bem compostas bancadas da Luz. Era a melhor forma de iniciar um segundo período que nos voltaria a trazer bom futebol e ocasiões de golo junto das duas balizas – sobretudo na que estava à guarda de Paulo Santos.

Salvio, com uma estupenda exibição, aumentaria a vantagem, após lance primoroso de Gaitán, e nem um penálti duvidoso – que voltaria a reduzir distâncias – encolheu o Benfica, que continuou sempre em ritmo elevado, e em busca de mais golos.
Faria apenas mais um, novamente por Salvio, dispondo contudo de várias oportunidades para tornar a goleada ainda mais expressiva.
Foi pois uma tarde de tango, com os argentinos em plano de grande destaque. Salvio com dois golos e uma assistência foi o homem do dia, mas Saviola também com dois golos – e cinco nos últimos cinco jogos -, Aimar com um, e Gaitán com uma assistência e mais alguns lances de grande classe, brilharam também a grande altura.
O árbitro Hugo Miguel esteve mal ao não assinalar uma grande penalidade sobre Fábio Coentrão na primeira parte, e voltou a estar mal quando sancionou um corte do mesmo jogador dentro da área benfiquista. Devo confessar todavia que, no estádio, fiquei com a ideia que esta grande penalidade tinha sido bem assinalada. Mas tal como diz Jesus (e qualquer pessoa de boa fé) o critério dos penáltis neste campeonato tem sido absolutamente obtuso, e tem prejudicado sistematicamente o Benfica, beneficiando o FC Porto.
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