
Esse torneio (em que a Argentina de Di Maria e Aguero se sagrou campeã) não correu bem à selecção portuguesa, mas o toque de bola do jovem vilacondense mostrou desde logo que podíamos estar perante um craque fadado para os mais altos voos.
Permaneceu meia-temporada na Luz, onde não teve muitas oportunidades para se evidenciar. Não terá feito tudo o que podia para isso, e foi emprestado, temendo-se então que, à semelhança de tantos outros, não mais voltasse à casa mãe. Porém, um ano e meio depois Jorge Jesus decidiu trazê-lo de volta ao plantel encarnado. Não tardou muito tempo até que se percebesse porquê.
Apareceu-nos então um Fábio Coentrão muito mais maduro, muito mais profissional, felizmente (para ele, para o Benfica, e para o futebol português) ainda a tempo de resgatar todo o potencial que o seu enorme talento anunciava, e que a dada altura chegou a parecer perdido. Lembro-me de pensar, no início da época passada, que Fábio Coentrão tinha um ou dois anos para mostrar se era jogador para um Rio Ave, ou para um Manchester United, e que essa escolha só dependia da sua própria vontade. Passado um ano está claro que fez a opção certa, cabendo hoje em qualquer grande equipa do mundo.
O debate acerca da sua melhor posição em campo é deveras interessante, e daria para várias horas de discussão. Mas o que se deve extrair do seu trabalho, da sua atitude, e do seu talento, é que se trata já de um dos melhores jogadores portugueses da actualidade - talvez mesmo (juntamente com Nani) o segundo melhor, logo atrás de Cristiano Ronaldo.
Sabemos como o futebol actual é mercantilizado, e sabemos que um destes dias teremos provavelmente de o ver partir. Enquanto se mantiver de águia ao peito, regalemo-nos pois com o seu futebol, com a sua velocidade, e com a fantasia que se solta, em torrentes, do seu iluminado pé esquerdo."
LF no Jornal "O Benfica" em 8/10/2010
0 komentar:
Posting Komentar