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ESCRITA EM DIA

Written By irvan hidayat on Senin, 23 Agustus 2010 | 09.32

Saí para férias acabava o Benfica de conquistar o Torneio Guadiana, com duas goleadas, prometendo uma reedição da fantástica temporada 2009-10.
Desde então, na minha ausência, quatro jogos (incluindo a Eusébio Cup), quatro derrotas, perda da Supertaça, e pior início de campeonato dos últimos os 50 anos. Até custa a acreditar…
Vejamos então, jogo por jogo, assunto por assunto, tudo o que ficou pendente:

SUPERTAÇA: Soube do resultado quando, em final de tarde, seguia pela interminável auto-estrada que liga a Florida a Nova Iorque, deliciando-me com a música de Lou Reed, Leonard Cohen, Elliott Smith e outros produtos típicos da região. Uma pausa, um telemóvel, uma ligação à Internet, e a má notícia.
Dadas as circunstâncias, devo dizer que a frustração não resistiu a mais do que algumas milhas. À passagem pelo túnel de Lincoln (que abre as portas de Manhattan), já nem me lembrava do jogo, e só pensava em continuar as minhas – perdoem-me a imodéstia – estrondosas férias americanas. Até porque uma Supertaça não é mais do que…uma Supertaça.
Só muitos dias mais tarde, já em Portugal, num momento de ócio, me dei ao trabalho de ver os golos através do You Tube. Não vi mais nada, não li mais nada.
Disseram-me que o FC Porto mereceu ganhar, e é tudo quanto sei sobre aquele pobre evento.

ACADÉMICA: Foi já em terras algarvias que vi, pela televisão, num bar, a derrota frente à equipa de Jorge Costa. Tinha pensado deslocar-me a Lisboa para ver o jogo in loco, mas uma estranha e prenunciadora letargia impeliu-me a permanecer estendido por aqueles bandas.
Depois de uma primeira parte confrangedora, devo dizer que até nem desgostei dos segundos 45 minutos do Benfica, ao longo dos quais a equipa fez tudo o que podia para chegar ao golo. A derrota acabou por ser injusta, cruel e imerecida, e - tem de dizer-se - teve a mãozinha do árbitro.

NACIONAL: Vi o jogo com toda a atenção, e pelo que se passou na primeira parte fiquei convencido que seria apenas uma questão de tempo até o Benfica chegar ao golo. Se Gaitán ou Saviola tivessem marcado em duas ocasiões claríssimas então criadas, tudo poderia ter sido diferente.
Lamentavelmente, Cardozo e Roberto ofereceram a vantagem à equipa madeirense, e a partir daí as coisas complicaram-se. Sentiu-se a ansiedade das derrotas anteriores, e perante um adversário forte e organizado, num terreno difícil, não foi possível dar a volta.
Em três jogos oficiais o Benfica ainda não conseguiu ver-se um minuto que fosse em vantagem, como tanto gosta, e, tendo de perfurar defesas fechadíssimas, notam-se bastante as ausências dos flanqueadores da época passada.
Mais uma vez o árbitro teve influência no resultado, prejudicando claramente o Benfica, que assim acabou vergado a mais uma derrota francamente injusta.

ROBERTO: Parece-me um caso perdido, e ao insistir nele, Jesus corre o risco de perder também a equipa e a temporada.
Como sabem, nunca fui um entusiasta da contratação de um novo guarda-redes, muito menos por aquele preço, e tratando-se de um nome quase desconhecido e sem quaisquer referências abonatórias. Infelizmente tinha razão, e as falhas sucessivas mostram que alguém (Jesus? Rui Costa? a direcção? olheiros?) se equivocou totalmente ao supor que Roberto poderia valer 8,5 milhões de euros.
O empréstimo para o mercado espanhol seria, quanto a mim, a melhor saída para o caso, pois tranquilizaria o atleta, permitindo, quem sabe, recuperar mais tarde uma parte do investimento. Júlio César e Moreira não são foras-de-série, mas quer um, quer outro, têm condições para assegurar a baliza enquanto não for encontrada (provavelmente só em Dezembro) uma solução mais consistente.
Qualquer outra decisão raiará os limites da teimosia – a qual, como se sabe, nunca foi boa conselheira.

FUTURO: 6 pontos são 6 pontos, mas o futebol jogado nalgumas fases destes dois jogos, e a qualidade do plantel benfiquista, levam-me a pensar que nada está perdido. Há atenuantes (efeitos do mundial, arbitragens, adaptação dos reforços, falta de sorte, Roberto, etc) que explicam as derrotas, e o pior que se pode fazer é confundir a aleatoriedade de um desporto em que a bola por vezes não entra, com o trabalho que está a ser feito, com as opções que têm sido tomadas (ainda que nem todas correctas, como se vê no caso do guarda-redes), e com a competência das pessoas - precisamente as mesmas que levaram o Benfica ao título há poucos meses atrás.
Tenho chamado a atenção, aqui e em todo o lado onde posso fazer ouvir a minha voz, para os perigos das vendas mal calculadas de jogadores, para os consequentes efeitos no decréscimo de qualidade das equipas, e, por essa via, numa segunda fase, na própria capacidade de gerar receitas. Sempre disse que o Benfica não devia vender mais de dois jogadores, sob pena de, retirando demasiadas peças, desmantelar a máquina de futebol que deslumbrou na época passada. As saídas de Di Maria e Ramires, e os problemas sentidos para os substituir, já dão uma ideia daquilo que quis mostrar.
Mas o mundo é como é, e não como gostaríamos que fosse. O enorme investimento dos últimos anos obrigava à realização de algumas mais-valias, e assim sendo entendo como legítima a opção tomada (no caso de Ramires o clube nem terá tido escolha), e saúdo o esforço que foi feito para manter David Luíz, Cardozo, Coentrão e Luisão.
Talvez este Benfica, sem os seus alas (titulares da selecção brasileira e argentina) não possa ser igual ao do ano passado. Talvez tenha de procurar outras soluções tácticas, que levam tempo a consolidar. No entanto creio que continua, mesmo assim, a ter o melhor plantel do futebol português, e acredito que seja apenas uma questão de tempo até os resultados o evidenciarem.
O Benfica tem também tido azar. Muito azar. E esse azar não irá durar sempre.

FC PORTO: Ainda não vi nem um minuto de qualquer jogo dos dragões esta época, mas não é difícil perceber que, com a incorporação de Moutinho, e sobretudo com os regressos de Hulk, Ruben Micael, Varela, e a super-forma de Falcão e Belluschi, o conjunto de André Villas-Boas, tal como eu previra, aparecesse mais forte do que no ano passado. Decorridas as duas primeiras jornadas, e com os percalços do Benfica, parece ser óbvio considerar o FC Porto como o mais sério candidato ao título.
Isto não invalida que se diga que a vitória na Figueira da Foz foi manchada por um erro grave de arbitragem.

SPORTING: Sinceramente já lhe ligo tão pouca importância que nem sequer me satisfaço com as suas derrotas.
Vi o jogo com o Marítimo, e não me parece que os leões tenham jogado metade do que o Benfica jogou com a Académica ou com o Nacional. Tiveram a sorte do jogo, e venceram-no, recuperando algum ânimo, ao contrário do Benfica, que teve azar e perdeu. Mas uma equipa cujo dinamismo é alicerçado em jogadores como Maniche, Zapater ou Valdés, não é, não pode ser, candidato a coisa nenhuma.
É uma carta fora do baralho.

SP.BRAGA: Pelo contrário, a equipa bracarense tem mostrado argumentos para fazer uma temporada igual, ou até melhor, que a anterior.
É dos conjuntos mais cínicos de que me recordo, fazendo lembrar o FC Porto dos anos noventa, que mesmo aparentemente dominado, ganhava jogos em contra-ataques concluídos por Kostadinov e…Domingos. É terrivelmente eficaz, e dentro do estilo é do melhor que se vê por aí. Não fossem dois laterais pouco brilhantes, e diria estarmos perante uma super-equipa, fortíssima candidata ao título.
Não me admiro que resista ao Sevilha, e arrecade os milhões da Champions. Será o passo que lhe falta (além de um título) para ultrapassar definitivamente o Sporting como terceiro grande, e colocar-se no patamar de Benfica e FC Porto na disputa pelo trono do futebol português.
Em sentido inverso ao que sucede com o Sporting, cada vez me agasto mais com os jogos e as vitórias do Sp.Braga. Não esqueço alguns episódios da temporada passada, e ao lembrá-los não posso deixar de desejar, para esta terça-feira, boa sorte…ao Sevilha (cidade onde, curiosamente, estive faz amanhã precisamente uma semana). Até porque o Benfica, uma vez sozinho na Liga dos Campeões, encaixará a totalidade da verba relativa aos direitos televisivos para Portugal. Ou seja, até existe um poderoso álibi para, neste caso, colocar o patriotismo de lado…

CASO QUEIROZ: Faço parte do imenso grupo de portugueses que não aprecia o trabalho de Carlos Queiroz, e que o deseja ver rapidamente pelas costas.
Estou assim à vontade para dizer que a estratégia seguida pela FPF para evitar pagar-lhe a indemnização a que tem direito é absolutamente lamentável, e envergonha o futebol português e o próprio país.
Quando faltam 11 dias para o primeiro jogo do Europeu, “conseguimos” ficar sem seleccionador nacional. Espantoso!
Despeça-se o homem, mas pague-se aquilo que está no contrato, sem golpes, sem subterfúgios, sem “chitos”. E, de caminho, demitam-se todos também.

ARBITRAGEM: Fala-se de Roberto, de Jesus, da falta de Di Maria e Ramires, mas nada disto teria sentido se Cosme Machado tivesse assinalado o penálti sobre Javi Garcia frente à Académica (que faria o 2-1), Pedro Proença tivesse assinalado o penálti sobre Fábio Coentrão na Choupana (e há ainda uma mão suspeita, sem falar na falta inexistente de onde resulta o primeiro golo madeirense), ou se Paulo Baptista não tivesse inventado uma grande penalidade para dar a vitória ao FC Porto na Figueira da Foz a poucos minutos do fim, e João Capela não tivesse oferecido um livre à medida para Belluschi resolver o jogo com o Beira-Mar ainda antes do intervalo.
Contas feitas, e temos o campeonato completamente subvertido, já à segunda jornada, o que não pode deixar de preocupar os amantes da verdade desportiva. Será que a presidência portista na Liga já se está a fazer sentir?
Classificação Real: FC Porto 4 pts, Sp.Braga 4 pts, Benfica 4 pts e Sporting 3 pts.
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