
Olegário Benquerença condicionou a entrada dos encarnados no jogo (distribuindo amarelos cirúrgicos e deixando Fucile em campo demasiado tempo), a agressividade posta em cada lance pelos jogadores do FC Porto foi absolutamente inusual (e levanta algumas dúvidas quanto à sua origem), os golos portistas surgiram contra a corrente do jogo, mas a verdade é que o Benfica nunca se entendeu muito bem com esta partida, nem com aquilo que seria necessário para a vencer, ou, pelo menos, não a perder.
Talvez o clima de festa que se vive desde há algumas semanas tenha tomado conta do subconsciente dos jogadores benfiquistas. Talvez a extrema motivação da equipa de Jesualdo Ferreira (afastada do título, mas carregada de ódio e vontade de vingança) para esta partida os tenha surpreendido. A verdade é que me deu a sensação que o Benfica confiou demasiado na sua superior capacidade técnica e no seu virtuosismo, esperando que assim, com naturalidade, a ver o que dava, mais tarde ou mais cedo as coisas lhe viessem a sorrir. Não critico a entrega da equipa, nem, obviamente, a sua vontade de vencer. Mas no contexto em que esta partida se disputou, no local onde foi, contra este adversário, só com outra abordagem estratégica - sobretudo em termos de velocidade de processos, robustez e capacidade de choque - seria possível vencer.
Olhando para os noventa minutos, e partindo do princípio que a força e a intensidade portista se deveram única e exclusivamente ao ódio incutido aos seus jogadores (sem elementos externos ou alheios à natureza), terei de concluir que ganhou quem mereceu, e quem mais fez por isso. O FC Porto deu a vida para ganhar este jogo, enquanto o Benfica, demasiado tranquilo e descontraído, nunca se esqueceu que lhe bastava empatar com o Rio Ave na próxima semana, e isso ter-lhe-á subtraído o sentimento de urgência e a alma guerreira a que o momento apelava.

Sobre Benquerença voltarei a falar, mas o cartão amarelo a Di Maria é escandaloso, o mostrado a Javi Garcia exagerado, e Fucile deveria ter sido expulso aos vinte minutos de jogo. Não houve penáltis, nem golos anulados, mas toda a diferença de intensidade entre as duas equipas (e que , afinal de contas, justificou o resultado) começou também no bolso do árbitro leiriense.
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