
É muito cedo para entrar em euforias, mas não estaria a ser honesto se não confessasse que esta noite comecei a ver o fundo ao tacho.
A superioridade do Benfica sobre os seus adversários é esmagadora, e cada vez mais afirmativa. A diferença pontual vai aumentando, e só um tal Benfica-Sp.Braga, dentro de duas semanas, ameaça um panorama de optimismo absoluto. Se o Benfica não perder pontos na Choupana e ganhar o jogo com o adversário directo, será, com toda a certeza, campeão nacional. E poderá mesmo sê-lo antes ainda da deslocação ao Estádio do Dragão na penúltima jornada.
Diante do Paços de Ferreira os encarnados fizeram aquilo que tinham de fazer. Entraram a matar, realizando vinte minutos plenos de velocidade, intensidade, pressão e capacidade técnico-táctica, ao nível do melhor que se lhes viu esta temporada. Deixaram o adversário à beira do KO, marcando dois golos, e ficando a dever a si próprios outros tantos. Nova goleada parecia vir a caminho.
Acontece que nesta fase da temporada o realismo é uma virtude da qual ninguém pode prescindir. A partir da meia-hora o Benfica baixou o ritmo, fazendo a gestão do jogo que se impunha. Tudo corria dentro do previsto não fosse o golo de William, à beira do intervalo, que veio pôr alguma desordem num guião que desde cedo ficara escrito.
Aquele momento fortuito relançou o jogo, e fez soar campainhas de alarme na equipa encarnada. Até porque, ao contrário do que ocorrera no início da partida, no regresso do intervalo via-se um Paços muito mais seguro, ameaçando discutir o resultado até ao último minuto.
Por alguns momentos a ansiedade tomou conta das bancadas da Luz, mas com um remate feliz de Cardozo tudo voltou ao devido lugar. O Benfica, com os três pontos na mão, geriu então o jogo como quis, não deixando espaço para grandes veleidades ofensivas a um adversário que, ainda assim, nunca desistiu de tentar a sua sorte.

Individualmente creio que Di Maria, mesmo sem marcar, voltou a ser o melhor em campo, dando sequência ao seu extraordinário momento de forma. Mas também Cardozo, Ruben Amorim e Airton (que agradável surpresa…) estiveram em bom plano.
Soares Dias teve um jogo fácil de dirigir, mas não seguiu um critério coerente na mostragem de cartões amarelos.
Seguem-se duas jornadas que, como disse, poderão definir o campeão. Duas vitórias seguidas e o Benfica poderá começar a encomendar as faixas. E tão bem que elas lhe irão ficar…
PS: Não tendo sido possível introduzir a classificação "real" em tempo útil, deixo aqui um resumo da mesma:
FC PORTO-OLHANENSE: um penálti por marcar para cada lado; 1º golo do Olhanense legal - 2-2
V.SETÚBAL-SP.BRAGA: nenhum dos penáltis reclamados o foi - 0-0
BELENENSES-SPORTING: golo mal anulado ao Sporting - 0-5
BENFICA-P.FERREIRA: nenhum dos penáltis reclamados o foi; falta de Coentrão fora da área por assinalar; amarelos exagerados a Saviola e Di Maria - 3-1
CLASSIFICAÇÃO: BENFICA 60 pts, Sp.Braga 45, FC Porto 44 e Sporting 38
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