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O SUSPEITO DO COSTUME

Written By irvan hidayat on Senin, 11 Januari 2010 | 03.17

Há cerca de um mês atrás, tinha aqui dito que a sequência de jogos que então se iniciava (f.Olhanense, c.FCPorto, f.Rio Ave, f.Marítimo e c.VGuimarães) poderia decidir o título e, faltando realizar-se duas dessas jornadas, de certa forma ainda o mantenho - não esquecendo que com um eventual triunfo em Olhão (e na altura falei do pleno de vitórias) o Benfica seria agora lider isolado com seis pontos de vantagem para o FC Porto.
Neste contexto, entendi perfeitamente as palavras de Jorge Jesus, alertando para as dificuldades que a partida de Vila do Conde iria apresentar. O adversário era difícil e combativo, está moralizado por uma boa carreira, o terreno é tradicionalmente complicado, e estávamos assim perante o tipo de jogo em que o Benfica encontra normalmente maiores problemas para fazer vingar os seus argumentos futebolísticos (invariavelmente mais técnicos do que físicos).
Pode dizer-se que a primeira parte acentuou esses receios, pois se o Rio Ave se apresentou como se esperava que o fizesse – extremamente pressionante, com o meio campo muito povoado, e procurando anular as principais unidades encarnadas -, o Benfica mostrou uma vez mais o seu embaraço perante desafios com estas características. Com os dois alas em sub-rendimento, com o centro do terreno inundado de pernas, o futebol benfiquista parecia bloqueado, e a bola raramente chegava a Cardozo e Saviola. Para agravar a situação, os jogadores do sector mais recuado insistiam em mostrar sucessivos lapsos de concentração, perdendo bolas em zonas proibidas (Maxi Pereira, e Javi Garcia), abordando os lances com alguma imprudência (Miguel Vítor), ou provocando livres tão perigosos quanto desnecessários (César Peixoto e Quim). Ao intervalo enviei um SMS a um amigo dizendo “Trofa? Olhão?”, o que revela bem a apreensão com que seguia o jogo.
Na segunda parte tudo foi diferente. Nunca saberemos o que poderia ter acontecido se o Benfica não tem marcado nos primeiros minutos da segunda parte, mas, ao fazê-lo (praticamente no lance inicial), virou todos os equilíbrios do avesso, destruiu as resistências do Rio Ave - que a partir daí pareceu ficar sem saber muito bem o que fazer do jogo - e ganhou a confiança de que precisava para, enfim, fazer transpirar a classe dos pés dos seus jogadores.
O resultado tangencial nunca deixou afastar o sofrimento, mas a verdade é que, vendo as coisas à posteriori, o Benfica controlou por completo a segunda parte, desperdiçando até algumas hipóteses de fazer crescer os números do jogo.
Nada havendo a beliscar o triunfo encarnado, apetece contudo perguntar porque não entrou a equipa no primeiro minuto com a agressividade, velocidade e afirmação competitiva com que o fez após o intervalo. Jesus e os seus jogadores saberão o porquê das gritantes diferenças, mas ao adepto comum custa a entender que em jogos desta natureza se guardem os riscos para o fim, e se dê tanto tempo de avanço ao adversário, desperdiçando dezenas de minutos numa espécie de jogo do gato e do rato em que, como é certo e sabido, o rato leva quase sempre vantagem.
O homem do jogo foi, obviamente, Javier Saviola. Mesmo os que desconfiavam do seu valor (o que não foi, nem por sombras, o meu caso), estarão seguramente rendidos às exibições e aos golos do argentino - entre encontros oficiais e particulares já leva vinte com a camisola do Benfica - que, jogo após jogo, vai cimentando a sua candidatura a figura cimeira deste campeonato. Trata-se de um dos melhores jogadores do mundo, cuja menor utilização no Real Madrid e no Barcelona se terá devido, no meu ponto de vista, à baixa fisionomia para quem joga na sua posição, tendo em conta que falamos de clubes que puderam escolher entre ele e Samuel Eto´o, Ibrahimovic, Thierry Henry, Van Nistelrooy ou Benzema. Para quem conhece "El Conejo" desde os Juniores (e não me esqueço do seu maradoniano Mundial sub-20 em 2001), as suas últimas exibições em nada surpreendem. A continuar assim, estará seguramente no Mundial pois, à excepção de Messi, não vejo nenhum avançado argentino muito melhor que ele.
Bruno Paixão não teve interferência no resultado, mas a cada uma das suas actuações não deixo de manifestar o meu desagrado pelo seu estilo de arbitrar, sempre de apito na boca, interrompendo o jogo por tudo e por nada, marcando faltas e faltinhas onde existem e não existem, cortando o ritmo da partida, matando o espectáculo. Com ele, isto acontece sempre, mesmo quando não prejudica nenhuma das equipas, como foi ontem o caso.

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