
Jorge Jesus remetera o espanhol para o banco, numa atitude óbvia de quem tem o dever de proteger a equipa e o próprio atleta. Novo erro comprometedor, e seria o treinador, ele mesmo, o alvo das críticas. A teimosia nunca é boa conselheira, e foi sem surpresa que Júlio César tomou conta da baliza.
Antes do filme já houvera um Óscar. Não de Hollywood, mas do Paraguai, pois logo aos três minutos de jogo o Benfica adiantou-se no marcador na sequência de um belo cruzamento de Gaitán (boa exibição), e de uma cabeçada certeira de “Tacuara”. Golo de Cardozo, o Benfica a vencer, tudo parecia indicar um regresso á tranquila normalidade das noites da época passada. Mal se sabia o que estava para acontecer.
Se fui um dos muitos que colocaram as mãos na cabeça ao ver o árbitro a puxar do cartão vermelho (não porque não se justificasse, mas pelas consequências que ele trazia), também fui dos que, alguns segundos decorridos, engrossaram a enorme onda de aplausos que acompanhou a entrada de Roberto em campo. Independentemente da opinião que se tenha sobre o jogador, naquele momento não era o nome A ou B que estava em causa, mas sim o Benfica e a sua baliza. Creio que foi com essa bela reacção do público da Luz (surpreendente para o próprio jogador) que o penálti começou a ser defendido.

O terceiro golo acabou com o jogo, e aí o Benfica, reduzido a dez, tinha duas alternativas: ou abria o campo e procurava uma improvável goleada, correndo riscos de sofrer um golo que recolocasse o Vitória na discussão da partida, ou trancava a sua zona intermediária, deixando o espectáculo morrer juntamente com o adversário, mas garantindo desde logo os imprescindíveis três pontos. Jesus optou, e bem, pela segunda hipótese.
Emoções fortes, vitória gorda, reabilitação de Roberto, regresso aos golos de Cardozo, boas indicações de Gaitán (e também, no curto período que esteve em campo, de Sálvio), e exibições de bom nível de Luisão e Aimar. Poucos benfiquistas esperariam tanto, ainda que, em termos colectivos, as coisas não atingissem (longe disso) o patamar de referência de quase toda a temporada anterior. O campeonato vai parar, e no dia 11, em Guimarães, então sim, os encarnados terão um verdadeiro teste de fogo. Nova vitória, uma boa exibição, e teremos o Benfica lançado na corrida ao Bi-campeonato. Com ou sem Roberto na baliza.
PS: Hleb já não vem para o Benfica. A parcela do (altíssimo) salário que teria de ficar a cargo dos encarnados saía fora do orçamento do clube, e o negócio gorou-se. É pena, mas olhando para o plantel do Benfica não me parece que Hleb fosse um reforço imprescindível.
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